Guiné-Bissau: Jacinto Mango é Mestre em Teatro
14 de Fevereiro de 2024
Guinea-Bissau: Jacinto Mango Masters in Theatre
Jacinto Mango, a multifaceted artist originally from Guinea-Bissau, has followed a unique path by pursuing his Master's degree in Theatre with a specialisation in Theatre and Community at the Escola Superior de Teatro in Amadora, Portugal, with the support of a PROCULTURA scholarship. At the age of 46, his artistic journey is marked by a deep passion for theatre as a form of therapy in the community, giving a voice to those who don't have one.
Guinée-Bissau : Jacinto Mango est diplômé d’un master de Théâtre
Jacinto Mango, un artiste multifacettes, originaire de Guinée-Bissau, a suivi une trajectoire unique en poursuivant son master de Théâtre (mention Théâtre et Communauté), à l’Ecole Supérieure de Théâtre d’Almadora au Portugal, avec l’aide d’une bourse PROCULTURA. A 46 ans, son parcours artistique est marqué par sa passion profonde pour le théâtre en tant que pratique thérapeutique au sein de la communauté, permettant de donner la parole à ceux et celles qui n’en n’ont pas.
Jacinto Mango trilhou uma trajetória única ao perseguir o seu mestrado em Teatro com especialização em Teatro e Comunidade, na Escola Superior de Teatro em Amadora, Portugal, com o apoio de uma bolsa PROCULTURA.
Jacinto Mango, um artista multifacetado originário da Guiné-Bissau, trilhou uma trajetória única ao perseguir o seu mestrado em Teatro com especialização em Teatro e Comunidade, na Escola Superior de Teatro em Amadora, Portugal, com o apoio de uma bolsa PROCULTURA. Com 46 anos de idade, a sua jornada artística é marcada por uma paixão profunda pelo teatro como uma forma terapêutica na comunidade, dando voz aos que não a têm.
Antes de aterrar em Portugal, Jacinto trabalhava como técnico de comunicação social, realizador, ator e contador de histórias. O seu interesse pelas artes nasceu na década de 90, quando escreveu a sua primeira peça de teatro. Esse marco foi revelador, levando-o a descobrir os seus talentos para ser um artista multifacetado.
“Muito cedo percebi que tenho dons de criar, seja na escrita ou na moda. O ano 1990 marca o início da minha carreira artística quando escrevi a minha primeira peça de teatro, e foi a partir dessa peça que descobri que tenho talentos para ser um artista multifacetado.”
A oportunidade de estudar em Portugal com o apoio do PROCULTURA foi vista por Jacinto como uma intervenção crucial, permitindo a realização de sonhos que, de outra forma, seriam desafiadores financeiramente.
“Acho que é uma oportunidade que chegou na hora certa pois, sabendo das dificuldades de estudar em Portugal sem apoio financeiro, não seria nada fácil. O PROCULTURA veio dar a possibilidade de nós realizarmos os nossos sonhos.”
O tema da sua tese, “Confuso: Uma Performance Teatral Comunitária”, reflete o seu desejo de explorar o Teatro Confuso, um projeto que propõe um teatro africano autêntico. O relatório final aborda o processo criativo, memórias de infância, respostas a inquéritos e a receção do trabalho em Portugal e na Guiné-Bissau.
“Confuso é um projeto em torno de uma performance em constante alteração, sobre o eixo da identidade de um povo que não deixa de ser quem é, mesmo quando já não aparenta ser, sendo nesses cambiantes alvo de políticas que lhe são adversas.”
Encerrando os seus estudos com uma nota de 18 valores, Jacinto Mango absorveu valiosos ensinamentos sobre a expressão corporal e vocal, elementos que planeia levar de volta à sua comunidade.
“Aprendi a falar com o corpo e a voz. Estes são os dois elementos que levo para a minha comunidade. Além da hospitalidade, o carinho dos professores e colegas do curso.”
Olhando para o futuro, Jacinto revela um novo projeto intitulado “CATHON KI USIUU”, que se traduz como “Casa do Conto”. Este espaço visa fortalecer a comunidade através da arte e do diálogo.
Como conselho para outros bolseiros, destaca a importância de ter clareza sobre os objetivos pessoais e profissionais.
“O mesmo que falei com a minha professora quando cheguei: ‘Vim da terra firme para me estrear no tapete sintético’ porque sei donde vim e o que quero na vida. Tens que saber que tipo de fotografia pretendes construir na tua vida, porque ela é a tua imagem.”