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HOMENAGEM A SAMIRA PEREIRA

9 de Setembro de 2021

“Há lugares comuns, dizeres inadequados, como se fossem verdades incontestáveis: “não há pessoas insubstituíveis”, “as pessoas passam mas as instituições ficam”, muitos outros, que mais não sejam expressam a nossa humana insegurança e intranquilidade perante as repentinas ausências de muitos com quem contávamos, que não nos imaginávamos sem – nas nossas causas, nos nossos projectos, nos nossos quotidianos vários, afinal na nossa vida pessoal e colectiva. Samira é para nós tudo isso: mulher, solidária, cabo-verdiana do Mindelo, da cultura, da criatividade e inovação, das causas e dos projectos, que dos sonhos fez uma forma de vida nada estranha, toda de possibilidades. São essas possibilidades a energia dos FUTUROS CRIATIVOS, que a Samira sintetizou e foi porta-voz, a todos que entendiam ou tiveram a curiosidade, e os levou a aparecer num fim de tarde no Museu do Oriente, há cerca de ano e meio, para ouvir falar desse percurso de inclusão de pessoas e cruzando cultura, economia, criatividade, inovação, identidades, nos países de língua oficial portuguesa. E que são a energia e sinalizam o caminho para continuar. Obrigada, Samira! Continuemos.” – Fátima Proença, equipa dos FUTUROS CRIATIVOS

“Conheci a Samira em Janeiro de 2020 num encontro de empreendedores culturais oriundos dos países falantes da língua portuguesa. Foi um dia rico em debates, partilha de experiência e, acima de tudo, de reforço de cumplicidade. A Samira conquistou a minha admiração e apreço pelo pragmatismo, talento e entusiasmo que revelava quando falava dos seus projectos e dos múltiplos desafios como comunicadora, produtora cultural, activista e agente de mudança. O desaparecimento físico da Samira é uma grande perda não só para Cabo Verde, mas para todos nós que apostamos na Cultura como pilar do desenvolvimento humano e do exercício pleno da cidadania.” – Abdulai Sila, Bissau

“Lembro-me de olhar para o outro lado da sala durante o nosso encontro dos Futuros Criativos e sentir que a palavra Cabo Verde se encontrava bem representada. Foi assim que senti a Samira. Alguém leal ao seu sentido de união e de amor pelas suas ilhas. Amor pela sua cultura e como podia contribuir para o seu enaltecimento. Tinha um verdadeiro compromisso e missão de melhorar os sonhos dos cabo-verdianos e ver a cultura a transformar o mundo. Mundo esse que começava no seu contagiante sorriso.” – Dário Pequeno Paraíso, São Tomé

“Foi breve o meu encontro com a Samira, mas ela é daquelas pessoas que causa impacto logo à primeira. Com o seu sorriso contagioso partilhou os seus sonhos de ver mais cabo-verdianos a fazer. Na sua visão mais ampla conectou criativos africanos empenhados em criar uma nova imagem de uma África inovadora e de referência. Deixou um legado importante para as gerações mais jovens.” – Djamila Sousa, Maputo

“Comunicadora, assessora de imprensa, produtora cultural, defensora de causas, mulher, mãe, amiga, cidadã participativa e criativa. Podemos definir a Samira de múltiplas maneiras, podemos redigir extensa lista de tarefas executadas, projetos realizados, sonhos materializados, só não podemos apagar a estupefacta notícia do seu desaparecimento físico que nos chegou como um soco na cabeça. O trabalho por ela realizado, as amizades que soube construir irão perdurar, porque soube juntar pessoas, talentos e gerir com afecto tudo o que criou. Até um dia Sam’s!” – Mami Estrela, Mindelo

Querida Samix, que estranho dirigir-te palavras e não estares a recebê-las ou ouvi-las. Mas sou ateia e não acredito no pós-morte, assim tenho de lidar com a tua finitude, difícil de interiorizar. Ando desde dia 21 de agosto a tentar mentalizar-me que não estás aqui com uma palavra, um gesto retomando qualquer intervalo sem estranheza. Eras uma pessoa que transpirava lealdade e familiaridade, por isso tanta gente se sente órfã de ti, da tua capacidade de nos entenderes e puxares pelo sentido e motivação das tuas ideias, projectos, acções em relação com cada um e com as possibilidades de coletivo. Os planos e partilhas no decorrer do histórico de uma vida, foram tantos e tão bons que me agarro a esse acompanhamento para amansar esta injustiça da perda de uma amiga tão nova, tão cheia de vivacidade e militância pela cultura como atividade transformadora, nos contextos mais difíceis e numa transação entre áreas, lugares e ambientes. Identifico-me com as pontes e redes que geraste, sólidas e em reconfiguração, porque muito dinâmicas e com inquietações saudáveis. É lá que quero ficar a ver o mar das ilhas, o Tejo, a linha de comboio e o futuro que nos deixaste. – Marta Lança, Lisboa

“Não tive infelizmente o privilégio de partilhar muitos momentos desta vida com a Samira mas os poucos em que pude estar a seu lado não me passaram indiferente. Minha irmã Palop ensinou-me que as nossas lutas não são muito diferentes e que cada uma procura o seu espaço para poder contribuir. A sua força e irreverência ficarão sempre marcados na minha memória e a sua atitude e espírito crítico servirão sempre de inspiração.” – Tchiloia Lara, Luanda

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