Moçambique: Venâncio Calisto é mestre em Teatro
25 de Janeiro de 2023
Mozambique: Venâncio Calisto has a master's degree in theater
Ricardo's main motivation for applying to this course, with a scholarship from PROCULTURA, was to promote positive intervention and transformation in the lives of people and their communities, through the practical application of methodologies for artistic and pedagogical creation, in a community context. The theme of his dissertation was "For a Theatre and Community in Mozambique - Exploratory research on audience creation and participation." The dissertation highlights the journey of the main groups, genres and intentions that Mozambican theater has taken on over time. With a special focus on community theater, the study develops a reflection on the importance of making methodologies of audience creation and participation more effective and efficient, with a view to building a theater that contributes to a greater involvement of the people in mediating and solving social problems facing the country. "This type of theater presents itself not only as an artistic object, but also as a space of social mediation, in which individuals express themselves, educate themselves, and perceive themselves as an important part in the life of the community." In Mozambique, before coming to Portugal to study, having also graduated in Theatre, from the School of Communication and Arts at the Eduardo Mondlane University in Maputo, his hometown, Venâncio was already working as an actor, director, theater teacher and cultural journalist. The support of PROCULTURA was essential to achieve this great stage of his academic and professional life, allowing him to live experiences that deeply marked his life. During this period he had the opportunity to meet and interact with a number of professionals of different nationalities and theater companies in Portugal and abroad. He participated and collaborated in projects like Teatro de Identidades and Teatro ao Telefone, directed by professor Rita Wengorovius in the scope of her master's degree and Teatro Umano company. With the actress Marisa Bimbo da Costa and his master's degree colleagues Marina Campanatti and Vânia Luz, she developed the project "O Alguidar que chora ou a história das Pedras que fala", which became a show and a book, with the support of Teatro da Rainha and Casa Mocambo (Vânia Luz is Cape Verdean and is also a PROCULTURA grantee). Ricardo did an internship at the National Theatre of Odéon, in France, and participated in the 75th edition of the Festival D'Avignon. He co-wrote, with the actress and director Carla Bonito, the text of "A minha Cabeça", a co-production between Teatro do Bairro Alto and Associação Cultural Estado Zero. And also, in partnership with the artists Rita Couto, Nair Noronha, Joãozinho da Costa and Marina Campanatti, and with the support of the GDA Foundation, Casa Mocambo and Associação Ouvir e Contar, developed the project Theater of the Experimentation of the Senses, which resulted in the community performance "Matabichar - Para uma poética da fome? "All these projects contributed a lot to the enrichment of my artistic and academic profile. Today I feel more able to face professional and personal challenges." Venâncio says that throughout his training, and through interaction with artists and institutions linked to culture, within the Portuguese and European context, he learned and developed skills in the areas of writing and creation, collective and multidisciplinary, as well as in the preparation of projects, research and applications for support for artistic projects. He also developed skills in editing and publishing books. "These were learnings that I believe are of great value for the enrichment of the performance of arts professionals, so I am very eager to share them with the artistic community of my country." The artist promises to return to Mozambique and develop projects in the area of theater and education. "I want to continue to deepen his research on Mozambican theater and be able to contribute in some way to a more interventive artistic movement, sensitive to the social problems of the country and capable of promoting change. To the other grantees he wishes them a good academic journey: "Make the most of PROCULTURA's support to broaden and expand their horizons, whether academically, professionally or personally."
Mozambique : Venâncio Calisto est diplomé d’un master Théâtre
Venâncio Calisto, mozambicain de 29 ans, a obtenu sont master Théâtre, à l’Ecole Supérieure de Théâtre et Cinéma de l’Institut Polytechnique de Lisbonne, mention Théâtre et Communauté. Sa candidature à la formation, avec une bourse PROCULTURA, fut principalement motivée par sa volonté de contribuer à une transformation positive dans la vie des gens et de leurs communautés, en mettant en pratique des méthodologies pour la création artistique et pédagogique, dans le contexte communautaire. Dans son mémoire « Pour un Théâtre et Communauté au Mozambique – Recherche Exploratrice sur la création et la participation des publics », il met en avant les parcours des principaux groupes, genres et intentions que le théâtre mozambicain a développé au fil du temps. Diplômé d’une licence Théâtre par l’Ecole de Communication et d’Arts de l’Université Eduardo Mondlane à Maputo, sa ville natale, Venâncio travaillait déjà comme acteur, metteur en scène, professeur de théâtre et journaliste culturel au Mozambique, avant de venir étudier au Portugal. Le soutien de PROCULTURA fut essentiel pour la concrétisation de cette grande étape de son parcours universitaire et professionnel, lui permettant de vivre des expériences qui ont profondément marquées sa vie. Durant cette période, il a eu l’opportunité de rencontrer et d’interagir avec plusieurs professionnels de différentes nationalités, ainsi qu’avec des compagnies de théâtre au Portugal, mais pas seulement. Il a également participé et collaboré dans plusieurs projets, tel que Théâtre d’Identités et Théâtre au Téléphone, coordonné par Rita Wengorovius, professeure au sein de son master et de la compagnie de Théâtre Umano. En collaboration l’actrice Marisa Bimbo da Costa, et ses camarades de master Marina Campanatti et Vânia Luz, il a développé le projet « L’Auge qui pleure ou l’histoire des Pierres qui parlent », adapté en spectacle et en livre, grâce au soutien du Théâtre de la Rainha et de la Casa Mocambo (Vânia Luz est capverdienne et bénéficie également d’une bourse PROCULTURA). Il a réalisé son stage au Théâtre National d’Odéon, en France, et a participé à la 75ème édition du Festival d’Avignon. Il a co-écrit, avec l’actrice et metteuse en scène Carla Bonito, le texte de « Ma Tête », une co-production avec le Théâtre de Bairro Alto et l’Association Culturelle Estado Zero. En partenariat avec les artistes Rita Couto, Nair Noronha, Joãozinho da Costa et Marina Campanatti, et grâce au soutien de la Fundation GDA, Casa Mocambo et l’Association Ouvrir e Contar, il a développé le projet Théâtre de l’Expérimentation des Sens, aboutissant à la performance communautaire « Matabichar – Pour une poétique de la faim ? ». Venâncio a confié qu’au cours de sa formation, ses interactions avec des artistes et institutions culturelles, dans un contexte portugais et européen, lui ont appris à développer ses capacités d’écriture et de création, collective et pluridisciplinaire, ainsi que ses compétences dans l’élaboration de projets, la recherche et les candidatures aux soutiens artistiques, mais aussi d’édition et de publication littéraire. L’artiste promet de retourner au Mozambique et y développer des projets dans le secteur du théâtre et de l’éducation. Il souhaite approfondir ses recherches sur le théâtre mozambicain, et pouvoir contribuer, d’une certaine manière, à un mouvement artistique plus interventionniste, sensible aux problèmes sociaux du pays et capable de générer de changement.
Venâncio Calisto, moçambicano de 29 anos, concluiu o mestrado em Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema, Instituto Politécnico de Lisboa, especializando-se em Teatro e Comunidade.
A principal motivação para se candidatar a este curso, com uma bolsa do PROCULTURA, foi promover a intervenção e transformação positiva na vida de pessoas e das suas comunidades, através da aplicação prática de metodologias para a criação artística e pedagógica, em contexto comunitário.
O tema da sua dissertação foi “Por um Teatro e Comunidade em Moçambique – Pesquisa Exploratória sobre a criação e participação de públicos.”
A dissertação destaca o percurso dos principais grupos, géneros e intenções que o teatro moçambicano foi assumindo ao longo do tempo. Com enfoque especial no teatro comunitário, o estudo desenvolve uma reflexão sobre a importância de tornar metodologias de criação e participação de públicos mais eficazes e eficientes, com vista à construção de um teatro que contribua para um maior envolvimento do povo na mediação e resolução de problemas sociais que o país enfrenta.
“Este tipo de teatro apresenta-se não apenas como um objeto artístico, mas também como um espaço de mediação social, no qual os indivíduos expressam-se, educam-se e percebem-se como parte importante na vida da comunidade.”
Em Moçambique, antes de vir estudar para Portugal, licenciado também em Teatro, pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, sua cidade natal, Venâncio já trabalhava como ator, encenador, professor de teatro e jornalista cultural.
O apoio do PROCULTURA foi essencial para a concretização desta grande etapa da sua vida académica e profissional, permitindo viver experiências que marcaram profundamente a sua vida. Durante este período teve a oportunidade de conhecer e interagir com uma série de profissionais de diferentes nacionalidades e companhias de teatro em Portugal, e não só.
Participou e colaborou em projetos como o Teatro de Identidades e o Teatro ao Telefone, dirigido pela professora Rita Wengorovius no âmbito do mestrado e da companhia Teatro Umano. Desenvolveu com a atriz Marisa Bimbo da Costa e as suas colegas de mestrado Marina Campanatti e Vânia Luz o projeto “O Alguidar que chora ou a história das Pedras que falam”, que se converteu num espetáculo e num livro, com o apoio do Teatro da Rainha e da Casa Mocambo. (A Vânia Luz é cabo-verdiana e é também bolseira do PROCULTURA).
Estagiou no Teatro Nacional de Odéon, em França, e participou da 75ª edição do Festival D´Avignon. Co-escreveu, com a atriz e encenadora Carla Bonito, o texto de “A minha Cabeça”, uma co-produção entre o Teatro do Bairro Alto e a Associação Cultural Estado Zero. E ainda, em parceria com os artistas Rita Couto, Nair Noronha, Joãozinho da Costa e Marina Campanatti, e com o apoio da Fundação GDA, Casa Mocambo e Associação Ouvir e Contar, desenvolveu o projeto Teatro da Experimentação dos Sentidos, que resultou na performance comunitária “Matabichar – Para uma poética da fome?”.
“Todos estes projetos contribuíram bastante para o enriquecimento do meu perfil artístico e académico. Hoje sinto-me mais capaz de enfrentar os desafios profissionais e pessoais.”
Venâncio conta que ao longo da sua formação, e por via da interação com artistas e instituições ligadas à cultura, dentro do contexto português e europeu, aprendeu e desenvolveu habilidades nas áreas da escrita e da criação, coletiva e multidisciplinar, assim como na elaboração de projetos, pesquisa e candidaturas para o apoio a projetos artísticos. Desenvolveu também competências de edição e publicação de livros.
“Foram aprendizagens que acredito serem de grande valia para o enriquecimento do desempenho dos profissionais das artes, por isso, tenho muita vontade de partilhá-los com a comunidade artística do meu país.”
O artista promete regressar a Moçambique e desenvolver projetos na área do teatro e da educação. “Quero continuar a aprofundar as suas pesquisas sobre o teatro moçambicano e poder contribuir de alguma forma para um movimento artístico mais interventivo, sensível aos problemas sociais do país e capaz de promover mudanças.
Aos outros bolseiros deseja votos de um bom percurso académico: “Aproveitem ao máximo o apoio do PROCULTURA para ampliarem e expandirem os seus horizontes, tanto a nível académico, profissional ou pessoal.”
Veja AQUI o depoimento de Venâncio Calisto.