Saltar para o conteúdo

CDC Angola aborda a emigração na peça “Onde o vento não sopra”

25 de Setembro de 2024

Nos próximos dias de 18, 19 e 20 de Outubro às 19h no Memorial António Agostinho Neto (Mausoléu), a Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC Angola) repõe a peça "Onde o vento não sopra", uma reflexão sobre a emigração, sobretudo com questões relacionadas com a intolerância cultural, racismo, ódio e xenofobia.

Com um percurso inovador e singular, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola acumula já 28 anos de história da dança sem deixar de se autorecriar. Num contexto artístico débil em políticas culturais, onde as artes performativas parecem reduzir-se ao teatro não profissional e às danças patrimoniais e recreativas urbanas, a CDCA rompe com uma certa ideia de “tradição” e conservadorismo, construindo um espólio estético com características específicas e de cunho autoral muito vincado. As suas propostas coreográficas confrontam o público trazendo as histórias e episódios do quotidiano social, urbano e rural, onde o corpo e o movimento constituem o elemento catalisador. A contemporaneidade da Companhia reside nesse olhar atual que cruza a história e a cultura com experiências extremas vividas em Angola, numa tentativa de compreender as questões universais da dor, amor, conflitos, energia e afetos.

Sob direcção da coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, a Companhia é composta por 7 bailarinos, um produtor executivo, um fotógrafo para a imagem e um ensaiador e figurinista, convidando, pontualmente, artistas para efectuarem residências. São exemplos a partir de pesquisas em vários territórios, para revitalizar a diversidade cultural de raiz tradicional, A Propósito de Lweji (1991), Uma frase qualquer… e outras (frases) (1997), Peças para uma sombra iniciada e outros rituais mais ou menos (2009), Paisagens Propícias (2012), e Mpemba Nyi Mukundu (2014) e (Des)construção (2017).

Com a duração aproximada de uma hora, o espectáculo, que conta com a direcção artística de Ana Guerra Marques, aborda, detalhadamente, as complexidades das conexões humanas resultantes da emigração. A viagem, a apropriação e a expropriação, o intercâmbio entre as diferentes culturas, bem como a povoação de espaços geográficos e culturais comuns, que geram novos processos identitários.

NEWSLETTER FUTUROS CRIATIVOS

Subscreva a Newsletter Futuros Criativos