De Cabo Verde para a Gulbenkian, Rosy Timas traz a sua «Sacralidade» à III Mostra de Artistas Residentes PROCULTURA
29 de Março de 2025
Em 2021 e 2022, a bailarina e coreógrafa Rosy Timas foi uma das artistas dos PALOP-TL premiada com bolsas de mobilidade internacional PROCULTURA. No dia em que sobe ao palco da Gulbenkian, falámos com ela sobre o poder transformador desta experiência na sua carreira.
Rosy Timas, bailarina e cocriadora, começou a dançar em 1999, na cidade da Praia, no seio da Companhia «Raiz di Polon». Apesar de só ter começado a treinar formalmente aos 23 anos, acabaria por tornar-se numa das referências da dança contemporânea cabo-verdiana. A sua
obra vive do cruzamento entre a tradição e a experimentação, e cada movimento seu apresenta-se como um fotograma da beleza que encontra na vida.
Rosy Timas teve formação na Escola Superior de Dança de Lisboa e com coreógrafos como Tony Tavares, Christian Duarte, Margarida Mestre, William Forsythe, David Zambrano, Tamango, Kysha Fykes, Aïda Colmenero Dïaz, entre outros.
Com seis trabalhos a solo e apresentações em mais de 40 países, em África, Europa, América e Ásia, também já ministrou inúmeros workshops.
Em 2021, uma bolsa de mobilidade do PROCULTURA levou-a a Barcelona, para participar no programa de residências artísticas internacionais nas áreas da música e artes cénicas. Durante três semanas, Rosy desenvolveu a sua performance «Moment», no projeto «Africa Moment», onde teve oportunidade de “reforçar a convicção de que nós e a arte somos infinito”.
“As residências artísticas PROCULTURA têm um papel transformador na minha carreira, porque me deram espaço e tempo para explorar a espiritualidade dos lugares. Enquanto artista, foram momentos fundamentais para dar asas às minhas criações.”
Em 2022, voltou a ganhar uma bolsa de mobilidade de artistas PROCULTURA, desta vez para frequentar uma residência na Associação Cultural «Um Coletivo», durante o Festival «Sobressalo», em Évora e Elvas, onde cocriou «Além Mar».
“As residências dão-nos a possibilidade de viajar, sentir outros lugares e isso é determinante no trabalho artístico, porque permite renovar e aprofundar as performances.”
Rosy Timas é um dos artistas que sobe ao palco este sábado, 29 de março, da III Mostra de Artistas Residentes PROCULTURA. Às 20h, no palco do Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian, apresenta «Sacralidade», um espetáculo que, evocando o poder de resistência das mulheres,
explora a ligação ao sagrado para repor a espiritualidade do ser humano. «Sacralidade» é uma conversa, um pensamento, uma reflexão, uma reconciliação com as dualidades da vida, ao mesmo tempo que procura também ser um contributo para a comemoração do 50⁰ aniversário das conquistas pela liberdade do povo das ilhas de Cabo Verde.
O PROCULTURA é um projeto financiado pela União Europeia, que é gerido e cofinanciado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e conta também com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian. Dispõe de um orçamento de 19 milhões de euros e tem como
objetivo contribuir para a criação de emprego em atividades geradoras de rendimento na economia cultural e criativa nos PALOP e em Timor-Leste.