São Tomé e Príncipe: Juel Trindade concluiu a licenciatura de Teatro e Artes Performativas com uma bolsa PROCULTURA

A sua trajetória artística começou em 2013, em São Tomé e Príncipe, quando participou numa oficina para ser ator na televisão. A partir daí, o teatro e o cinema tornaram-se centrais na sua vida. Em 2015, já estava imerso no mundo das artes cénicas, aprendendo com mestres em Portugal, Brasil e Angola. Ensinou Expressão Dramática e Corporal na Escola Internacional de São Tomé e Príncipe e foi cofundador da companhia infantil “Os Gravanias”. Em 2018, a sua atuação na peça “Uma Velha Muito Jovem”, de Beatriz Pais, valeu-lhe o prémio de melhor performance em Angola.

Juel também explorou o cinema, conquistando o segundo lugar no Festival Internacional de Cinema de São Tomé e Príncipe com uma curta-metragem. Além disso, trabalhou como ator e modelo para a Companhia Santomense de Telecomunicações e envolveu-se em várias companhias teatrais, como a Surpresa da Madrugada e o Cacau Teatro. Atualmente, desempenha o papel de diretor artístico, ator, preparador e realizador na Companhia de Teatro Sorriso Negro.

A oportunidade de estudar em Portugal com o apoio do PROCULTURA foi fundamental para Juel. Antes, o seu foco estava na atuação e na preparação para os espetáculos, mas esta bolsa permitiu expandir os seus horizontes, aprender novos métodos e contactar com artistas de diferentes partes do mundo. Ele descreve esta experiência como uma verdadeira evolução, que o levou a perceber que a arte de representar vai além do próximo espetáculo.

Contemplado com a bolsa do PROCULTURA em 2019, em Portugal, foi assistente de produção na Lanterna de Pedra, ator na companhia teatro Dramax em Oeiras, modelo na agência Bendita Profissão e ator no espetáculo de dança “The Show Must Go On” de Jérôme Bel na Culturgest.

Durante o seu estágio na Fundação Culturgest, em Lisboa, Juel explorou as dinâmicas de uma instituição cultural. Escolheu este tema para a sua tese por querer entender como a Culturgest trabalha com as artes visuais e performativas, valorizando a arte como um produto de grande relevância. Esta experiência também ampliou o seu conhecimento com a oportunidade de colaborar com a Fundação Calouste Gulbenkian.

“Com essa bolsa tive a oportunidade de mergulhar nos estudos artísticos, conhecer artistas de outras latitudes e experimentar vários métodos de trabalho, estar fora do país influenciou a minha forma de pensar, hoje entendo que a arte de representar não se resume no próximo espetáculo.”

Juel leva consigo para São Tomé e Príncipe uma nova visão sobre o teatro, focada na formação e no intercâmbio. Além disso, sente que há questões ambientais e a necessidade de registar as artes performativas do seu país, que merecem uma atenção especial. Tem vários projetos em mente, tanto a nível local como internacional, e espera poder concretizá-los com o apoio dos seus colegas.

Aos outros bolseiros, Juel aconselha a focarem-se na formação e a saírem da zona de conforto. Destaca a importância de interagir com a comunidade local e de participar ativamente nas atividades do PROCULTURA, o que o ajudou a concluir a sua formação com sucesso.

Por fim, Juel agradeceu a todos que o apoiaram ao longo desta jornada, incluindo os seus professores, colegas, família e amigos, e a todos os que contribuíram para o seu sucesso académico e artístico.

Boa sorte Juel!